quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Noturnos

Três da madrugada
tento tua lembrança
mas não vem nada.
Memória fugidia
sobrou o que, fisiologia?
Ações corporais, carnais
cheiros, secreções animais?
E o tanto que gozamos?
E o tanto que falamos?

Agora que meu luto acabou
foram-se as rimas fáceis
amor com dor
tesão com emoção
sofrimento com lamento
não mais ãos
não mais entos.
Sou de novo normal
voltei a ser banal.

Então o que faço
nestas horas tardias
especulando coisas vazias?
Será um resto de você
que ressuscita para quê?


ÊNIO MAINARDI

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