AMEI
Como um cristal, o coração trincou
.
Doeu, lá no fundo, mas não quebrou.
Nunca mais será o mesmo coração
Que um dia ardeu de tanta paixão
.
Dizem que a gente perdoa, mas não esquece
As dores do peito, mas só sabe quem padece.
É uma dor fina, funda, como a de um punhal
Na desilusão de sabe que nunca mais será igual.
Amar, a gente pode amar a mais de uma pessoa.
Depende do momento, do sentimento, de cada pessoa
Nas mais diferentes formas e intensidades, o amor
não deveria nunca, nunca, nunca se transformar em dor.
Se amor termina, não sei, nunca saberei.
Só seu que amei e amei e como amei.
Na vida, as desilusões acontecem, são comuns.
Mas nossos grandes amores...estes são incomuns.
São gigantes, poderosos e frágeis.
Que desabam com poucas palavras fáceis
Que, Deus, nunca deveriam ser ditas
por pessoas que julgamos tão benditas.
Amei, mesmo assim.
Mesmo achando que seria sem fim.
Mesmo imaginando que fosse eterno,
Mas terminou sem ser ao menos terno.
Assim é a vida. Quando o coração cresce e imagina
que encontrou a pessoa certa para a sua vida, termina.
Assim é a vida. De cada ilusão se aprende a lição
de que não somos para sempre. Nem é nosso coração.
Amei mais de uma vez. E não aprendi ainda
que o amor é fruto de duas paixões infindas.
De duas pessoas que se querem acima de tudo,
De todas as dificuldades, distâncias, acima de tudo.
Mas, como pode ser infindo o amor, se a vida é finita?
A gente morre, o amor fica? Ou fica só aquela saudade finita...
Com o tempo, seremos esquecidos, mortos ou vivos,
Por todos que nos amaram de forma infinita.
Cruel, parece e é, lembrar da morte ao tratar de amor,
mas ela será sempre inevitável, para nosso terror.
Bom seria se os amores verdadeiros não morressem
Nunca. Que para sempre e eternamente vivessem.
Mas a utopia da vida eterna não conforta
A quem sabe que nada mais importa
Do que viver a vida com intensidade e amor
Mesmo que às vezes estes amores tragam a dor.
Amei, amo, continuarei amando.
Não importa até quando.
JJ